Oficinas

Oficina de Introdução ao Teatro do Oprimidoorientada por Amarílis Felizes

8 e 9 de fevereiro, 10h – 13h30

Esta oficina destina-se aos que ainda pouco conhecem o Teatro do Oprimido (TO). A oficina terá uma grande componente prática, composta por jogos teatrais que facilitam o interconhecimento do grupo, a desmecanização do corpo, a ativação sensorial e a exploração do movimento, ritmo e som. A par disto, haverá um enquadramento teórico e histórico da metodologia do TO e um apelo constante à reflexão estética, ética e política. Serão criadas cenas que reflitam os contextos de opressão mais próximos do grupo de trabalho e será trabalhada a dramaturgia do Fórum, uma das etapas principais do TO.

 Amarílis Felizes é do Porto e estuda Teatro na ESMAE.  Participa no projeto de Teatro Legislativo «Estudantes por Empréstimo» desde 2009 e já fez oficinas com Olivar Bendelak, Iwan Brioc, José Soeiro e outros. Orientou oficinas e grupos de TO na ESMAE e na Escola Secundária de Gondomar.  Encenou quatro espetáculos com grupos de jovens no âmbito do programa PANOS, da Culturgest.

 
 

Oficina de Ritmo e Palavra, orientada por Chullage e Joana Cruz

 8 e 9 de fevereiro, 10h – 13h30

Nesta oficina vão ser trabalhadas as dimensões da estética do oprimido, da comunicação através dos sentidos. Centrada sobre o ritmo e palavra, vai-se explorar a utilização do som, da palavra a e do ritmo em processos de intervenção social e política e a sua integração no Teatro do Oprimido.

Chullage é rapper, poeta, dizedor, musicor, ativista e sociologo, caboverdiano. Tem 3 álbuns editados (Rapresálias 2001, Rapensar 2004 e Rapressão 2012). Faz parte da associação Khapaz na Arrentela e da Plataforma Gueto e é membro do grupo de teatro forum KSK.

Joana Cruz é psicóloga e dinamizadora de oficinas de TO em bairros, escolas, universidades, centros sociais. Está envolvida no projeto de Teatro Legislativo “Estudantes por Empréstimo”. Trabalhou com o grupo “Sem Trilhos”. Fez formação em Teatro do Oprimido com diferentes curingas.

 
 

Oficina de Teatro-jornal, orientada por Inês Barbosa

10 e 11 de fevereiro, 10h-13h30

Nesta oficina será feita uma abordagem inicial à técnica de teatro-jornal, composta por um conjunto de doze exercícios teatrais de análise e desconstrução crítica de notícias de jornais (ou outros meios de comunicação), como forma de revelar formas de manipulação ou censura mediática.

Inês Barbosa é membro fundador do NTO Braga. Desenvolve um projeto de investigação-ação participativa e emancipatória relacionada com o Teatro do Oprimido. Participou em intercâmbios, workshops e formações com vários curingas nacionais e internacionais.

 

Oficina de Teatro Invisível, orientada por José Soeiro

10 e 11 de fevereiro, 10h-13h30

Nesta oficina iremos explorar a técnica do Teatro Invisível, montando pequenas cenas que levantem problemas e provoquem reação e discussão, testando-as em espaços públicos da cidade. A oficina pretende ser também um espaço de reflexão, a partir da prática das “saídas à rua”, sobre o potencial e as limitações deste ramo do Teatro do Oprimido.

José Soeiro é sociólogo e curinga, faz parte do projeto Estudantes por Empréstimo. Tem feito dezenas de oficinas em Portugal e noutros países, sobretudo em torno da utilização do teatro-fórum em contextos de campanhas ativistas e sobre Teatro Legislativo.

  

Oficina com Julian Boal

9, 10 e 11 de fevereiro, 14h30 – 19h30

Como montar uma pergunta num teatro-fórum?

No teatro-fórum, as peças são perguntas lançadas a uma plateia. O facto de durante a sessão nós, como responsáveis e atores das peças, não termos o direito de responder a essas perguntas, não diminui a nossa responsabilidade no modo como moldamos e formulamos as perguntas. Pelo contrário, nem todas as questões são igualmente úteis, éticas ou responsáveis num teatro-fórum.

Por exemplo, perguntar o que pode uma determinada mulher fazer no momento preciso em que está sob ameaça de ser agredida pelo marido só reforça a ideia perigosa de que aquelas que experienciam a violência são de certo modo responsáveis  por fazer alguma coisa para parar os seus agressores. Utilizar o fórum para investigar o momento da agressão convida a estratégias como deixar o marido, arranjar formas de o acalmar, ripostar, etc. Mas não permite perguntar o que está na base daquela relação de poder e como combater a raiz daquela opressão, o que pode acabar por legitimar a sua existência. Enfatizar as escolhas daquele momento concreto, sem questionar as condições que produziram aquela situação nem os constrangimentos que existem e que condicionam as escolhas disponíveis é cair na ideologia Nike: “Just do it!”

Nesta oficina, as e os participantes irão ter contacto com uma variedade de técnicas do TO que podem ser mobilizadas no processo de desenvolvimento e construção de uma peça de teatro-fórum. Nestas peças, faremos de tal modo que as perguntas não enfatizem a responsabilidade individual, mas estimulem respostas sobre como podemos organizar-nos para mudar a sociedade que permite e encoraja a opressão. Haverá a oportunidade para experimentar diversas técnicas de ensaio e ainda para discutir o papel do/a curinga.

Julian Boal é curinga e investigador sobre Teatro do Oprimido. Já realizou muitas dezenas de oficinas em mais de 25 países por todo o mundo, tendo tido colaboração intensa na co-direção de muitas delas com Augusto Boal. Colabora regularmente com grupos de TO na Índia, Espanha, Croácia ou França. É autor do livro “Imagens de um teatro popular”.

1 thoughts on “Oficinas

  1. Sim, tudo bem. Mas… porquê não escreveram os lugares onde se fazem as oficinas? Para uma pessoa (por acaso, eu 8-))), que vai chegar em Braga sem conhecê-la, essa informação era útil, não é? Uma mapa, ainda mais…

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