Dramaturgia do Oprimido
31 de março, 1 e 2 de abril, das 10h30 às 13h e das 14h30 às 18h
Dinamizador: Julian Boal
No teatro-fórum, as peças são perguntas lançadas a uma plateia. O facto de durante a sessão nós, como responsáveis e atores das peças, não termos o direito de responder a essas perguntas, não diminui a nossa responsabilidade no modo como moldamos e formulamos as perguntas. Pelo contrário, nem todas as questões são igualmente úteis, éticas ou responsáveis num teatro-fórum.
Por exemplo, perguntar o que pode uma determinada mulher fazer no momento preciso em que está sob ameaça de ser agredida pelo marido só reforça a ideia perigosa de que aquelas que experienciam a violência são de certo modo responsáveis por fazer alguma coisa para parar os seus agressores. Utilizar o fórum para investigar o momento da agressão convida a estratégias como deixar o marido, arranjar formas de o acalmar, ripostar, etc. Mas não permite perguntar o que está na base daquela relação de poder e como combater a raiz daquela opressão, o que pode acabar por legitimar a sua existência. Enfatizar as escolhas daquele momento concreto, sem questionar as condições que produziram aquela situação nem os constrangimentos que existem e que condicionam as escolhas disponíveis é cair na ideologia Nike: “Just do it!”
Nesta oficina, as e os participantes irão ter contacto com uma variedade de técnicas do TO que podem ser mobilizadas no processo de desenvolvimento e construção de uma peça de teatro-fórum. Partiremos das peças dos grupos que organizam este encontro, para as trabalhar de tal modo que as perguntas não enfatizem a responsabilidade individual, mas estimulem respostas sobre como podemos organizar-nos para mudar a sociedade que permite e encoraja a opressão. Haverá a oportunidade para experimentar diversas técnicas de ensaio e ainda para discutir o papel do/a curinga.
Resistência Política através do Teatro
31 de março, 1 e 2 de abril, das 10h30 às 13h e das 14h30 às 18h
Dinamizadoras: Aixa Gonzalez, Laura, Rita Moreno
Durante estes dias de workshop iremos recorrer a varias técnicas utilizadas pelo teatro do oprimido, clown, teatro físico, etc., para explorar o que significa resistência política e onde é que podemos encontra-la? Entre a comicidade e o eventual desconforto da autenticidade esperamos que este espaço possa servir para encontrar respostas e novas perguntas de como resistir ao sistema capitalista em que vivemos.
‘Feminismo’, ‘Som para teatro’ e ‘além do Fórum’: partilha de experiência
31 de março, 1 e 2 de abril, das 10h30 às 13h e das 14h30 às 18h
Dinamizadores: Magda Alves, Chullage, José Soeiro
Aportes da dramaturgia dialética para o teatro-fórum
3 e 4 de abril, das 10h30 às 14h
Dinamizadores: Priscila Matsunaga e Julian Boal
O teatro politico não nasce com o Teatro do Oprimido. Muitos dos problemas com o qual nós deparamos (como não cair no maniqueísmo? como não cair na tentação de um heroismo abstrato? como mostrar sistemas de opressão em cena?) já foram enfrentados por autores e coletivos importantes.
A idéia desta oficina é de ampliar os recursos para construção de cenas dos participantes através do estudo de cenas escritas por Bertolt Brecht, principalmente na peça A Mãe. A partir das estruturas dessas cenas os participantes serão convidados a criar cenas de teatro-forum.
Teatro Invisível
3 e 4 de abril, das 10h30 às 14h
Dinamizador: Rafael Villas Bôas
Sessões Abertas ao Público
Teatro do Oprimido e lutas sociais: um ponto de situação
Segunda, 30 de março, 21h30
Julian Boal
Amarílis Felizes (Tartarugas Falantes)
Chullage (KSK)
Inês Barbosa (NTO-Braga)
Sara Leão (MMM)
Moderação: Jorge Paiva
Teatro do Oprimido: das origens à atualidade
Quarta, dia 1 de abril, 21h30
Cecília Boal
Kelly Howe
Moderação: José Soeiro
Meios de sobrevivência e de difusão de projetos de TO
Quinta, 2 de abril, 18h30
Amarílis Felizes
Um ensaio da Revolução? Reflexões a partir do Sul
Sexta, dia 3 de abril, 15h30
Boaventura de Sousa Santos
Rafael Villas Boas
Moderação: Teresa Martins
Sessões Abertas ao Público
“Não é um problema menor”
GTO Montevideo (Montevideo, Uruguai)
31 de março, 18h30
Peça de Teatro Legislativo com técnicas de Teatro Jornal, sobre a criminalização da pobreza e a estigmatização da juventude, incluindo temáticas como a manipulação dos meios massivos de comunicação e o consumismo. Originada no marco da luta contra a proposta de baixar a idade de maioridade penal, votado no Uruguai em Outubro de 2014, esta peça foi parte de uma militância desenvolvida desde o 2011 no marco da “Comisión Nacional No a la Baja”.
“O mar enrola na Areia”
Tartarugas Falantes/ NTO-Braga (Braga/Porto, Portugal)
31 de março, 21h30
Mar enrola na areia” é uma peça de teatro-fórum que nos apresenta recortes de várias formas como o machismo opera na nossa sociedade. O grupo começa por representar momentos em que o sexismo se mascara de “normalidade” para depois convidar a plateia a intervir em duas histórias.
Na primeira história aborda-se as redes as redes de solidariedade no caso da violência doméstica. Na segunda parte estamos perante uma situação de assédio sexual em espaço público e investigamos em conjunto como nos podemos posicionar neste caso. É uma criação conjunta do NTO-Braga/Krizo, da associação Tartaruga Falante e da Marcha Mundial das Mulheres, tendo contado com o apoio de Muriel Nassens e Pascal Guyot. Estreou em Novembro de 2014 no festival “Ensemble contre Les violences faites aux femmes”, em Paris.
“C’est pas rose”
Féminisme Enjeux (Paris, França)
2 de abril, 21h30
C’est pas Rose é uma peça da companhia Féminisme Enjeux, sediada em Paris. Trata-se de um teatro-fórum sobre mulheres e trabalho, com duas cenas sobre o trabalho nas caixas e nos serviços pessoais.
A peça resulta de uma criação coletiva, a partir de informações recolhidas junto de associações, coletivos e sindicatos envolvidas nesta temática.
Teatro-Fórum do coletivo KSK
KSK Arrentela (Setúbal, Portugal)
3 de abril, 21h30
Somos um grupo de Arrentela, que usa o Teatro Fórum/Teatro d@ Oprimid@ (T.O.) como ferramenta de intervenção social. O nosso objetivo é usar a arte para levar aos palcos e aos debates a voz da comunidade africana residente nos subúrbios dessa Europa capitalista e imperialista. Voz essa, que é sempre menosprezada pelos meios de comunicação social, e muitas vezes deturpada como forma de manipulação de informação, para continuar a perpetuar a estigmatização dos bairros pobres e criar uma imagem negativa, que serve de bode expiatório aos problemas socias da comunidade em geral. A nossa peça fala sobre a desvalorização da nossa história, e como ela é passada nas escolas portuguesas, criando desde cedo a percepção que o povo africano existe a partir do momento em que foi escravizado. O que cria a nível do subconsciente, nas nossas crianças, uma falta de autoestima e amor-próprio, criando assim uma corrente mental nas cabeças dos filhos de África residente na babilónia.
Teatro-Fórum resultados dos oficinas do Óprima 2015!
4 de abril, 21h30